A GDS - Global Destination for Shoes & Accessories, tradicional feira calçadista alemã, despediu-se, ontem, do mercado. Em sua 123ª edição, a mostra promovida pela Messe Düsseldorf encerra um ciclo de eventos que contaram com a participação de centenas de calçadistas da região interessadas em abrir novos mercados para exportação na Europa, Asia e Oriente Médio. Enfraquecida, a feira perdeu espaço para a theMicam, que ocorre em Milão, na Itália, de 12 a 15 deste mês, com a presença de 65 marcas brasileiras. Nesta última edição da GDS, apenas a VVirth, fabricante de calçados femininos de Dois Irmãos, e a Sa-patoterapia, especialista em calçados masculinos com sede em Franca, em São Paulo, estiveram nos pavilhões da Messe. 

Na coletiva de imprensa de despedida, a diretora da GDS, Kirstin Deutelmoser, enfatizou a longa tradição da mostra e o modo como as transformações vividas pelo setor e o extremo dinamismo do mercado impactaram no evento. "Sua própria história provou ser um fardo em vez de um beneficio: independentemente de quanto você alterar a GDS, ela será sempre medida por sua própria edição mais bem sucedida", disse Kirstin.

MODELO A SER IMITADO
Há más de 30 anos atuando no mercado europeu como fa-cilitadora de negócios, a colunista do Jornal Exclusivo Edela Land diz que é difícil acreditar que se trata da derradeira edição da GDS, depois de mais de 60 anos como importante programação, em especial para calçadistas da região. 'Foi a feira calçadista que muitíssimas pessoas da nossa região visita- ram, e que foi, sem dúvida, um modelo a ser imitado. Era enorme, com cerca de oito pavilhões de exposições, e 306 mil metros quadrados, plenamente tomados. O mundo se encontrava ali", recorda a colunista do Jornal Exclusivo. Edela menciona, ainda, a organização impecável e toda estrutura que a cidade dispõe para dar suporte aos participantes da mostra.

LÍDER NO MERCADO
Quando soube do término da feira, o presidente-executivo da Associação Brasileira das Industrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, lamentou muito o fato. "Por muitos anos, a GDS foi a lidar no mercado mundial. Ela vai deixar lembranças porque teve uma importância muito grande para o mercado calçadista de todo o planeta", conta, ao dizer que a mostra sempre foi com- pensadora."Ela foi perdendo força, principalmente nos últimos quatro anos, por circunstâncias de mercado. Um aspecto era a data, já que a promotora, por ter uma extensa agenda, não linha muita flexibilidade. Já a theMicam conseguia trabalhar melhor isso", fala, ao lembrar que a GDS foi a primeira feira internacional que teve a presença do programa de incentivo as exportações.

Fonte: Jornal NH